sábado, setembro 30, 2006

Introdução ao Yôga

Yôga é um conjunto de práticas espirituais, proveniente da Índia, muito antiga, quando os Drávidas estavam estabelecidos na região do Vale do Rio Indu, esse Rio originou o termo Índia/Indiano. A cultura Drávida posteriormente foi absorvida e incorporada pela civilização Védica, os povos indo-europeus que invadiram aquela região, sendo o Yôga “arianizado” com a obra de Pátañjali, o “Yôga Sutra”.

Tanto o Yôga Védico(ariano) quanto o Yôga clássico, dos drávidas, foram deturpados pelo Ocidente, em que instrutores sem certificado e sem escrúpulo para tal misturam ginástica, esoterismo, hipnose, espiritismo, música new-age. O leigo que não sabe nada apenas recebe mais visão estereotipada e falsa sobre o Yôga.

A técnica Yôga de Pátañjali tem como finalidade o samádhi, uma filosofia cujo conjunto de técnicas visam o auto-conhecimento do praticante, nesse sentido yoga é a cessação das flutuações da mente. Ao contrário do que se pensa, Yôga não é uma modalidade da educação física, uma prática completa de Yôga compreende técnicas corporais, bioenergéticas, emocionais, mentais, etc., através de exercícios orgânicos, respiratórios, relaxamentos, limpeza de órgãos internos, vocalizações, concentração, meditação. Busca-se atingir as áreas mais profundas do organismo como o sistema nervoso e o endócrino, enquanto a Educação Física somente trabalha com músculos e articulações. A prática de Yõga preconiza uma alimentação saudável, baseada no vegetarianismo, não é a toa que animais como a Vaca sejam considerados sagrados na Índia.

Devemos ir ao Yôga se já há algo dentro de nós que nos impele a ele tal como impele o artista a pintar. Não buscando benefícios(nem físicos, nem espirituais), sendo esses as conseqüências secundárias.

Leia em português a coleção de aforismas do “Yôga Sutra” de Pátañjali.

quarta-feira, setembro 27, 2006

88 Maneiras de Economizar Dinheiro



Tive a idéia de propor criar um artigo sobre a correta utilização do dinheiro, que seria de bastante utilidade pública, acabou ficando um pouco extenso e resolvi deixar nesse link, onde explico exatamente do que se trata.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Morte e descoberta espiritual

Há pouco tempo tive uma experiência que diz respeito a morte, meu pai tinha câncer e após 2 meses em estado vegetativo veio a falecer, algumas horas antes de morrer deu suas ultimas palavras, pediu para minha mãe tocar no seu peito e falou sussurrando “meu coração está parando”, e assim prosseguiu o seu fim, algo que seria inesquecível.

Ver a morte de perto de um ente tão querido me fez refletir intimamente o objetivo do homem nesse mundo, aquelas questões que fazemos ainda quando crianças, como “quem somos?” e “para onde vamos?”, e para isso nada melhor do que encontrar respostas em nossos antepassados, eles teriam algo sábio para dizer sobre a vida/morte. Minha esfera de entendimento do mundo sempre se absteve no campo político e social, eu nunca gostei das religiões comuns por partirem de princípios ignóbeis como a barganha e a ameaça, e como reguladoras do comportamento humano. Dessa forma senti um vazio no meu lado espiritual, principalmente por não ter encontrado crenças transcendentes que realmente fossem conceituais.

Minha compreensão do mundo não-material passou a se fortalecer ao assimilar o Zoroastrismo, uma crença étnica vinda do Irã com quase 4 mil anos de existência, totalmente diferente em seus conceitos. A seguir está um entendimento resumido da visão de Asha Zarathushtra:

Deus é uma descoberta interior e inerente ao todo da vida que é impossível desligar-se de Deus. Essa descoberta liberta o ser de qualquer obrigação ou temor. A segurança de se estar dentro de Deus muda o próprio conceito do que é Deus. Deus não é, então, um ser exterior a ser adorado, temido e agradado. Antes, Deus é para com todos os seres, não apenas os humanos, como o átomo para a matéria. A religião, portanto trabalha para fazer saber isso, ela é o "limpa pára-brisas" que nos clareia a visão de onde estamos e de quem somos.

Esse conhecimento, obviamente, resulta numa resposta. A alegria de saber-se em Deus e que Deus não é um terrorista fazendo chantagens eternas desobstrui todas as capacidades humanas de criar o bem, a beleza e a justiça. É claro que essa resposta, no caso, o lado humano da religião, é individual, enquanto construção interior de cada um e comunitária, enquanto as transformações sociais que ela acarreta. Isso é potencializado pelo desenvolvimento de uma Boa Mente, a elaboração de Boas Palavras e a produção de Boas Ações. Cria-se, a partir dessa resposta do ser humano a Deus e a si mesmo, o mundo ideal, tanto local como globalmente. Toda essa dinâmica do conhecimento e da ação independe de mandamentos e necessita ser livre de qualquer busca de recompensa e de medo de um suposto castigo. Aí temos Asha, que é o bem pelo bem, o que organiza o mundo com Ushta, alegria radiante. A escolha desse caminho tem que ser livre para de fato ser escolha. Ser livre, nesse caso, implica não estar sob o risco de perder algo ao optar pelo contrário do proposto por alguém. Mesmo porque, os que escolhem Asha o fazem para si e a favor do mundo todo, partilhando assim, os benefícios conseqüentes. Nesse sistema religioso o mal é apenas o não conhecimento do bem, o não saber que o bem é a única realidade. O mal não tem existência real, apenas circunstancial.

A vivência de Asha engloba o ser inteiro e também o seu contexto. Asha organiza a Mente, desperta o Coração, abre os Olhos e derrubas as barreiras. Embelezar a vida é a função de Asha. Tornar-se Ashavan não corresponde em nada à conversão. Ser Ashavan, não implica romper com outras religiões ou culturas. Pelo contrário, o Ashavan descobre-se mais dentro, parte e agente de todas as experiências humanas em suas contradições e paradoxos e isso de forma generosa e não discriminatória. Por isso mesmo, diferenças como de raça, gênero, sexo, orientação sexual ou crença são vistas como positivas e belas, nunca como razão para discriminação. Por fim, dentro desse espaço de liberdade cada um busca e descobre como melhor criar a sua espiritualidade. Asha organiza e catalisa o resultado disso, para o bem e o progresso do mundo.


Para um conhecimento mais profundo e tirar dúvidas, visitar o site da Comunidade Asha, a primeira comunidade Zoroastra do Brasil.

sábado, setembro 02, 2006

O Herói Richard Wagner


Esse músico erudito ficou muito conhecido com as lendárias composições de óperas como Lohengrin, Parsifal, Tristão e Isolda, a Tetralogia do Anel dos Nibelungos, entre outras. Wagner viveu no século XIX na Alemanha, um lugar e época no qual o povo teria outra mentalidade no que diz respeito a política-raça-religião. Segundo alguns analistas, existem personagens anti-semitas em certas obras de Wagner, e também é notável que o compositor escrevesse um artigo chamado “O judaísmo na música” onde ataca os judeus da Alemanha, que teriam corrompido as artes, especificamente a música.
Existe uma filosofia abstrata(ou não) dentro de seus trabalhos musicais e escritos no qual é possível fazer um paralelo de suas idéias com a futura ideologia Nacional Socialista. Wagner era socialista, tinha verdadeiramente o senso de coletivo e comunidade, ao mesmo tempo em que era um nacionalista, o que seria natural no período político de Bismarck onde o nacionalismo estava fervoroso a fim de que a Alemanha resgatasse sua identidade.

Ao contrário do que se imagina, não são livros como “Assim falava Zaratustra” ou “Os fundamentos do século XIX” que influenciam com paixão um jovem, Hitler assistiu aos 12 anos de idade a ópera Lohengrin e disse posteriormente “Em um instante fiquei acorrentado a obra de Wagner. Meu entusiasmo juvenil não conheceu limites”. O herói Wagneriano Siegfried e seu espírito seria presente com Hitler. Siegfried é um jovem nascido quase selvagem, criado por um anão que pretende ser ao mesmo tempo seu pai e sua mãe. Ele não conhecia o mundo, não possuía conhecimentos e não se tinha podido lhe ensinar nada, mas a medida que vai crescendo se dá conta de que o repugnante Mime não pode ser seu progenitor. Atua sempre com sinceridade, é o herói puro, o homem que, partindo da absoluta pobreza e anonimato, consegue com seu valor e idealismo a redenção do mundo. Hitler terminou seu primeiro tomo da “Minha Luta” com as palavras “...estava ateado o fogo cujas chamas criarão algum dia a espada que devolva a liberdade ao Siegfried germânico e restaure a vida da nação alemã”. Hitler assumia nesse momento o papel de que vindo da classe mais pobre da sociedade, havendo passado fome e vivido na miséria, se levantava por seus próprios meios, sem ajuda de nada e acompanhado unicamente por seu fanatismo e ideal alcançava também o triunfo, um triunfo que, como do Siegfried, acabaria em uma fogueira. Quando as chamas queimam o corpo de Hitler e de sua esposa, se produzia um fenômeno similar. Hitler passou de homem a um símbolo, um símbolo seguido por muitos, nem Cristo teria tantos seguidores ao longo de 60 anos de sua morte.

Wagner afirmou que “Temos que reconhecer que a sociedade humana se conserva pela atividade dos seus indivíduos, e não pela pretendida atividade do dinheiro”, esse seria um princípio imutável para os Nacional-Socialistas, assim como muitos outros pensamentos Wagnerianos que seriam teorizados para compor as visões econômicas e sociais do movimento. Em outros escritos verifica-se também que Wagner foi duramente contra o Comunismo, no qual descreve “se chegasse a impor seu domínio, chegaria também a exterminar, sem deixar rastros, a obra de dois mil anos de civilização”, alem de possuir idéias revolucionárias, contra a monarquia vigente da época em que acusa de “egoísta” e de “lutar para seu próprio proveito e sua própria vaidade”.

Devido ao terceiro reich de Hitler, a Obra de Richard Wagner ficou conhecida entre toda a população alemã, do soldado ao nobre. Na ex-URSS é mal visto, enquanto em Israel é proibido, em alguns paises suas idéias foram distorcidas, até mesmo tentando relacionar Wagner com o Comunismo.
O legado artístico-idealista de Wagner deve ser conhecido e refletido com atenção, finalizo com mais algumas ótimas frases de sua sabedoria:

“Se no mundo romano e medieval os esforços por livrar-se da escravidão geral se manifestavam no desejo do poder absoluto, hoje se revelam o monopólio de dinheiro, e por ele não devemos admirar-se de que a arte irá também em busca de este, pois tudo busca sua redenção e seu Deus... e nosso Deus é o dinheiro, nossa religião a usura.”

“Apenas os homens fortes conhecem o amor, apenas o amor inclui a beleza, apenas a beleza produz a arte. O amor dos fracos entre si não pode produzir senão a satisfação de seus desejos libertinos, o amor do fraco ao forte é humilhação e temor, o amor do forte ao fraco é compaixão e indulgência, apenas o amor entre os fortes é amor.”